Ok, sei que estão com saudades. Portanto mãe, Sô, Quel, Will, Roberto, vou lhes contar um pouco sobre como funciona meu trabalho.
É assim, o cliente entra na churrascaria e é recebido pela recepcionista, cuja incumbência é fazer o cliente se sentir à vontade. Como fazer isso? É problema dela!
A partir daí o cliente começa a olhar curioso em volta procurando o melhor lugar para sentar e é aí que entra o garçon, eu! Vou seguindo o vivente pelo salão até ele se decidir em qual mesa vai fazer sua refeição. Parece fácil até aqui, mas tem clientes que adoram dificultar a sua vida pois têm uma dificuldade tremenda em tomar essa simples decisão.
Perto do ar-condicionado? A comida esfria rápido!
Perto da janela? Muito calor!
Perto do buffet? Todo mundo passa por ali!
Perto do banheiro? Nem pensar!!!
Certo, já trotei em volta do salão duas vezes que nem um idiota atrás do cliente (que não aceitava minhas sugestões) e ele finalmente se sentou. Hora de confrontá-lo com mais uma decisão a tomar em sua vida.
"Deseja beber alguma coisa senhor?"
"Ah, err... beeemm... eu acho que vou querer uma..."
"Coca Cola com gelo e limão senhor?"
"Isso, pode ser!"
Viu, essa parte é relativamente fácil, se você perceber que o cliente está indeciso, empurra uma Coca com gelo e limão, sempre funciona! E nunca, jamais, em hipótese alguma deixe de ser simpático e atencioso. Por mais que a pessoa seja um tremendo fdp ou uma perua nojenta. Sempre seja atencioso. Vai valer a pena, acredite!
Vou até o freezer, pego uma Coca Cola e peço um copo com limão e gelo para o copeiro (que é idêntico ao cantor Seal) e aproveito pra trocar uma idéia com ele ou contar alguma piadinha idiota (ele sempre acha graça =P), levo a bebida até o cliente sobre a bandeja tomando cuidado para não deixar cair nada. Se cair vai ser ruim, muito ruim! Após isso pego o bloco de comandas, anoto o número da mesa, meu nome (para que, caso der B.O. o patrão saiba em quem ele deve mijar), anoto um rodízio, uma Coca, destaco, coloco na mesa e pronto. Fico ali andando à toa, caçando serviço.
O cliente terminou de comer, mas ele não me chama ou avisa (alguns nem ao menos cruzam os talheres sobre o prato como manda a etiqueta), você apenas percebe que ele recusa tudo q oferecem. Me aproximo discretamente da mesa dele parando ao lado, tomando cuidado pra não assustá-lo. Se isso acontecer ele poderá se engasgar e aí eu nem preciso dizer que vai ser ruim pra cacete!
"Está satisfeito Sr?"
"Hummm, bem... na verdade eu..."
"Picanha?"
"Humm, acho que não..."
"Abacaxi com canela?"
"ISSO!!! abacaxi com canela!!! Boa cara, gostei de ti!"
Pronto, se depois do abacaxi você lembrar de oferecer um cafezinho, você conquistou o cliente e provavelmente vai receber gorjeta! $___$
Depois disso ele pede a conta, entrego a comanda pro chefe, ele soma tudo, entrega pra mim numa pastinha preta e basta levar para o cliente. Ah, já ia me esquecendo. É importantíssimo que se retire os pratos e as guarnições da mesa assim que ele terminar e é aí que mora o perigo! A maneira correta é empilhar os pratos no centro da bandeja e as guarnições nas laterais apoiando-as nas bordas dos pratos. Carregar tudo com uma mão só até a cozinha sem derrubar nada. Seria péssimo!!!
Volto para o salão, espero o cliente se retirar. Assim que ele sair, eu troco as toalhas da mesa por novas e monto a mesa novamente.
Pronto, basicamente é isso. Existem outros pormenores e trabalhinhos extras que cabem ao garçon também, mas deixemos isso para próximos posts.
Adoro vocês, não esqueçam de comentar. Façam um blogueiro feliz!
=D
terça-feira, 23 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Lá e de volta outra vez!
Atendendo a inúmeras expectativas (3 pra ser mais exato =P), vou comentar um pouco sobre meu último final de semana. Sexta-feira passada às 20:00hs, embarquei rumo à São Paulo. Motivo da viagem: futuro e assuntos do coração!
Após uma madrugada insone em um poltrona de ônibus, cheguei na grande metrópole pela manhã e já fui devidamente apresentado a uma das grandes personalidades da cidade, o rio Tietê. Menor do que eu imaginava em largura, e infinitamente mais longo! Ah sim, e muito, mas muito mais sujo. O mal cheiro se insinuou pelo ar condicionado sem fazer cerimônia, me forçando a lembrar do quanto o ser humano pode ser imundo!
Depois de assimilar esse primeiro choque de realidade, dirigi meu olhar para o horizonte e vi algo muito mais grandioso do que eu esperava. Prédios, condomínios, gigantes cinzentos de concreto muito mais imponentes e intimidadores do que todos que já tenha visto um dia! Depois que você sai da cidade grande para ir morar em uma cidade pequena e pacata do interior, acaba se acomodando e desacostuma completamente com a visão tumultuada e quase caótica dos grandes centros urbanos. E sente um certo abalo quando volta a ter contato com as grandes feridas abertas pelo homem na superfície do planeta.
Mas, uma cidade não é feita de aço e cimento, mas sim de pessoas. Após ser recebido com muito carinho e afeto pela minha namorada, minha cunhada e seu noivo, voltei a minha atenção para as pessoas nas ruas, e tive mais surpresas! Sempre tive aquela visão clássica de que em toda metrópole as pessoas acabam quase que inconscientemente se fechando umas para as outras e deixando de perceber o que acontece no mundo ao seu redor, não foi o que eu vi. Muitos que cruzavam por nós olhavam curiosos não só pra gente, mas para praticamente todo mundo que atravessava seu caminho, atentos a tudo que acontecia em volta como se isso os fizessem esquecer um pouco da rotina, como se procurassem ansiosos por algo que os lembrassem de quem realmente são. Uma grata surpresa!
A cada esquina, a paisagem e os rostos mudavam de forma tão repentina e contínua que aquela sensação de opressão me abandonou por completo. Minhas conclusões positivas sobre os paulistas se confirmaram ao chegar na casa da minha guria, onde fui recebido com abraços e apertos de mão calorosos e sorrisos sinceros. Seus pais são pessoas inteligentes, cultas, que me receberam de braços abertos e me trataram com uma simpatia rara de se encontrar hoje em dia. À eles, meus mais sinceros agradecimentos, foi uma grande honra conhecê-los.
Depois de uma difícil despedida, voltei para Catalão já com saudades de todos e com novas metas a traçar. Voltei com o espírito renovado e com a lembrança de que a vida sempre tem algo de especial reservado para cada um e que no fim das contas, "viver" trata-se de como cada um de nós recebe e aprende a lidar com esses presentes que o mundo nos concede.
PS: sei que meu avô vai acabar lendo isso, então quero dar um recado. Vô, nunca me esqueci de todos os conselhos, de todas as lições de vida que vc me deu desde que me entendo por indivíduo. Suas palavras têm sido uma benção. Te amo.
Após uma madrugada insone em um poltrona de ônibus, cheguei na grande metrópole pela manhã e já fui devidamente apresentado a uma das grandes personalidades da cidade, o rio Tietê. Menor do que eu imaginava em largura, e infinitamente mais longo! Ah sim, e muito, mas muito mais sujo. O mal cheiro se insinuou pelo ar condicionado sem fazer cerimônia, me forçando a lembrar do quanto o ser humano pode ser imundo!
Depois de assimilar esse primeiro choque de realidade, dirigi meu olhar para o horizonte e vi algo muito mais grandioso do que eu esperava. Prédios, condomínios, gigantes cinzentos de concreto muito mais imponentes e intimidadores do que todos que já tenha visto um dia! Depois que você sai da cidade grande para ir morar em uma cidade pequena e pacata do interior, acaba se acomodando e desacostuma completamente com a visão tumultuada e quase caótica dos grandes centros urbanos. E sente um certo abalo quando volta a ter contato com as grandes feridas abertas pelo homem na superfície do planeta.
Mas, uma cidade não é feita de aço e cimento, mas sim de pessoas. Após ser recebido com muito carinho e afeto pela minha namorada, minha cunhada e seu noivo, voltei a minha atenção para as pessoas nas ruas, e tive mais surpresas! Sempre tive aquela visão clássica de que em toda metrópole as pessoas acabam quase que inconscientemente se fechando umas para as outras e deixando de perceber o que acontece no mundo ao seu redor, não foi o que eu vi. Muitos que cruzavam por nós olhavam curiosos não só pra gente, mas para praticamente todo mundo que atravessava seu caminho, atentos a tudo que acontecia em volta como se isso os fizessem esquecer um pouco da rotina, como se procurassem ansiosos por algo que os lembrassem de quem realmente são. Uma grata surpresa!
A cada esquina, a paisagem e os rostos mudavam de forma tão repentina e contínua que aquela sensação de opressão me abandonou por completo. Minhas conclusões positivas sobre os paulistas se confirmaram ao chegar na casa da minha guria, onde fui recebido com abraços e apertos de mão calorosos e sorrisos sinceros. Seus pais são pessoas inteligentes, cultas, que me receberam de braços abertos e me trataram com uma simpatia rara de se encontrar hoje em dia. À eles, meus mais sinceros agradecimentos, foi uma grande honra conhecê-los.
Depois de uma difícil despedida, voltei para Catalão já com saudades de todos e com novas metas a traçar. Voltei com o espírito renovado e com a lembrança de que a vida sempre tem algo de especial reservado para cada um e que no fim das contas, "viver" trata-se de como cada um de nós recebe e aprende a lidar com esses presentes que o mundo nos concede.
PS: sei que meu avô vai acabar lendo isso, então quero dar um recado. Vô, nunca me esqueci de todos os conselhos, de todas as lições de vida que vc me deu desde que me entendo por indivíduo. Suas palavras têm sido uma benção. Te amo.
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